Alucinações. Visões distorcidas da minha realidade. Sensações que já não identifico mais como boas ou ruins, mas apenas como fatos. Coisas que nunca fui e, talvez, nunca serei simplesmente por serem irreais. Surreais, aliás. Mágoa, dor, lágrimas. Alegria, satisfação, sorrisos. Paradoxos cheios de metáforas, que, por sua vez, não passam de figuras de linguagens ultrapassadas. O dia que chega e me toma nos braços, que eu rejeito, pois quero a noite, o torpor das bebidas, a loucura dos alucinógenos. Quero o tudo e o nada, sim, quero por querer, por ambição, por egoísmo. E depois já não quero mais, jogo fora, amasso e piso. Não sou, pois ser é demais para alguém como eu. Apenas estou, é mais confortante, combina perfeitamente com a efemeridade da vida, um encaixe milimetricamente testado e aprovado. Carpe diem? Quase isso... o instante é a minha insanidade mais gostosa. Minha falha ou sucesso, de que importam? De que vale tudo isso se não sou quem quero e a hora que quero? Morrerei assim, perdida em loucos e prazerosos devaneios. Saboreando momentos, como este, de puro delírio.
B. também pode ser encontrada aqui e aqui.
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terça-feira, junho 26, 2007
segunda-feira, maio 14, 2007
Delírio dos Perpétuos
"Quem pode saber o que Delírio vê através de seus olhos desiguais?"
Delírio é a mais jovem dos Perpétuos.
Ela cheira a suor, vinho azedo,
noites tardias e couro velho.
Seu reino é próximo,
e pode ser facilmente visitado.
As mentes humanas, porém,
não foram feitas para compreender
seu domínio, e os poucos
que viajaram até ele conseguiram
relatar apenas fragmentos perdidos.
Sua aparência, um amontoado de
idéias vestidas no semblante da carne,
é a mais variável de todos os Perpétuos.
A forma e o contorno de sua sombra
não têm relação com a de nenhum
corpo que esteja usando.
Ela é tangível como veludo gasto.
Delírio tende a se tornar borboletas
ou peixes dourados, agora e sempre.
Alguns dizem que a grande frustração
de Delírio é saber que, apesar de ser
mais velha que as estrelas e mais antiga
que os deuses, ela continua sendo,
eternamente, a mais jovem da família,
pois os Perpétuos não medem tempo
como nós nem vêem mundos
através de olhos mortais.
Um dia, Delírio também foi Deleite.
E, embora isso tenha sido há muito
tempo, ainda hoje seus olhos têm
matizes diferentes: um é verde-esmeralda
bem vivo, salpicado de pontos prateados;
o outro é do mesmo azul que esconde
sangue dentro de veias mortais. Ela vê
o mundo de seu própria e única visão.
Os Perpétuos acreditam que apenas
Delírio sabe porquê ela mudou
(O Sonhar)
Delírio é a mais jovem dos Perpétuos.
Ela cheira a suor, vinho azedo,
noites tardias e couro velho.
Seu reino é próximo,
e pode ser facilmente visitado.
As mentes humanas, porém,
não foram feitas para compreender
seu domínio, e os poucos
que viajaram até ele conseguiram
relatar apenas fragmentos perdidos.
Sua aparência, um amontoado de
idéias vestidas no semblante da carne,
é a mais variável de todos os Perpétuos.
A forma e o contorno de sua sombra
não têm relação com a de nenhum
corpo que esteja usando.
Ela é tangível como veludo gasto.
Delírio tende a se tornar borboletas
ou peixes dourados, agora e sempre.
Alguns dizem que a grande frustração
de Delírio é saber que, apesar de ser
mais velha que as estrelas e mais antiga
que os deuses, ela continua sendo,
eternamente, a mais jovem da família,
pois os Perpétuos não medem tempo
como nós nem vêem mundos
através de olhos mortais.
Um dia, Delírio também foi Deleite.
E, embora isso tenha sido há muito
tempo, ainda hoje seus olhos têm
matizes diferentes: um é verde-esmeralda
bem vivo, salpicado de pontos prateados;
o outro é do mesmo azul que esconde
sangue dentro de veias mortais. Ela vê
o mundo de seu própria e única visão.
Os Perpétuos acreditam que apenas
Delírio sabe porquê ela mudou
(O Sonhar)
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